quarta-feira, 21 de setembro de 2011

demoras e ausências

É fácil falar de espera
quando não é você que está do outro lado da linha
enquanto não é sua caixa de correios que lota de cartas
e não é sua casa que tem paredes de sobra

É simples não se preocupar com o tempo
quando não é o seu corpo que acumula ausências
enquanto não é sua boca que guarda beijos para depois
e não é a sua pele que se perfuma para ninguém

Seria lindo e ótimo poder observar e
aconselhar que é importante esperar, aguardar
mas agora não dá mais,
estou com vontade de morrer...
de encontro e felicidade.


Cáh Morandi

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Na contramão

Posso não olhar o mundo
fazer um faz-de-conta da vida
não perceber, mesmo percebendo
quando você passa e descompassa
minhas certezas tolas

Preciso não querer tanto
algo mais bonito que um encontro
mais eterno que todos os arrepios
e todos os caminhos que te levam
nesses desencontros

Posso não abrir as cortinas
e o coração para cada amanhã
tenho procurado aprender coisas novas
se há quem viva para o futuro, vivo
para voltar

Preciso esquecer o que ainda é difícil,
e insiste nascer impossível te afastando
dos meus olhos, da minha rua,
do que ainda pode ser, por um instante,
pra sempre

Priscila Rôde & Cáh Morandi

terça-feira, 13 de setembro de 2011

tempestade

A lembrança da tua voz
é minha companheira nos dias de tempestade
nas horas que lembro, viver é preciso
apesar de...
apesar de tanta coisa ficar perdida
entre os olhares que nunca,
n-u-n-c-a mais irão se cruzar
mas a tua voz fica, e soa,
e canta às vezes
e eu começo a chover,
a chover,
c
h
o
v
e
r
para dentro de quem um dia fui
contigo.


Cáh Morandi

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

sobre esperas

não vejo mais o tempo, não o substimo,
quando o denomino de futuro
embora mal posso esperar para desvendar
o que já esteve me esperando por milênios
ficar quase sem o ar, e quase morrer, desesperar
ver teu rosto, teus traços se formarem
entre as digitais dos meus dedos que tremem
ver você realizar, ver você ser,
ver você me olhar

de alguma forma a gente soube
(ou saberá)
que o tempo da espera
é o caminho de se encontrar


Cáh Morandi

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

abrir-me

meu olhar e minha paixão
pelas coisas de fora
me fascinam e quase me levam
apesar da beleza quase que irresistível
apesar da doçura e do deslumbramento
apesar da vontade e querer de estar longe
a vida é uma cilada sem chances de fuga
eu quase me esqueço, mas quando me toco
quando a ventania começa a soprar mais forte
me vejo, me tenho e me lembro:
o amor é uma porta para dentro.

Cáh Morandi

domingo, 4 de setembro de 2011

Algumas canções

O teu respiro me inspira
Expira e me mantém suave
Feito a ave quando encontra
Seu ninho
Feito a vida quando me descobre
E o destino age como se fosse acaso
Quando no nosso caso já estava escrito
O dito pelo não dito nas canções
Que ouvimos
Avarandadas em seus instintos
Que de tão lindas e exaustas
Do amor que fica quando passa
Anulando o medo que quer morada
E mais se afasta quando tuas mãos
Repousam sob meus futuros.

Priscila Rôde & Cáh Morandi

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Boba de Amor


Boba de amor,
e eu não sei no que você acredita
quando me atrapalho nas palavras
só porque sua presença me intimida

Tenho tanta vontade de viver de novo
fico ansiosa pelo próximo dia, e o próximo
para te ver de novo e reparar seus cabelos crescendo,
tua pele sendo marcada levemente pelos anos
e me apaixono da forma que o tempo passa por você

Eu posso me apegar a outras coisas,
mas você criou um mundo em minha cabeça
e enquanto eu penso qualquer coisa para que te esqueça
o mínimo que me distraio, um deslize só,
posso imaginar sua voz dizendo meu nome
e de repente posso me sentir
a pessoa mais amada no mundo
e não porque eu mereça,
mas porque você me escolheu
no teu amor


(Cáh Morandi)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

É domingo

Sobre a folha alada
A (inspir)ação se cala:

Pra quem mora na palavra
Não existe casa
Sem poesia

Existe o tempo-ema,
Que a hora nem desconfia.

Priscila Rôde

domingo, 28 de agosto de 2011

urgências

Estou repleta de urgências para o amor,
mas não foi preciso o desespero
você veio sem improviso e por inteiro
numa dessas esquinas, propícias para os encontros.


Se deixar, quero virar uma saudade boa
dormindo no teu olhar mais bonito.
Me deixar à beira de um verso interminável
tatuando o teu meio-sorriso no meu início.


Tanto sonho nesses tantos futuros que enlaçam
a ínfima chance da presença e do cheiro.
Quem diria que seria você acontecendo
na minha frente e para sempre trazendo
um arrepio numa alegria, e qualquer coisa eterna
derrubando um punhado de tempo.






Cáh Morandi e Priscila Rôde

sábado, 27 de agosto de 2011

Sob

(In)certo é que hoje eu não sei
se viro inverno e acolho o calor
dos nossos corpos que mentem
ou se veraneio e deixo escapar
a brisa, a noite, a mão
que amanhece desenhando
o teu amor no meu tempo
a tua dor no meu rosto
a tua alma no meu corpo
que no agora desaprende
e não te prende nas horas
em que o meu riso
fica sob.

Priscila Rôde

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

um coração não pode esperar


penso no amor
e uma lembrança antiga
me traz o seu rosto.
Pela urgência do amor
esquecemos de vivê-lo
damos a ele um tempo
que não pode ser dado:
tempo irrecuperável,
intransferível.
Um coração não
pode ficar para outro dia,
outra hora, outra vida.


Cáh Morandi

.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Para sempre

Tão fácil te amar para sempre
E não querer nada mais do que
Tua alegria deslizando nos meus cabelos
Se quando leio os seus olhos
É só a mim que encontro
E cantar no teu ouvido
Qualquer coisa sem sentido enquanto
Eu lhe protejo no meu “eu te amo”

Priscila Rôde

domingo, 21 de agosto de 2011

não é?


Quem nunca teve medo?
Quem nunca ficou assustado?
Mesmo quando não era nada...
e nada era sempre o mais assustador.


Cáh Morandi

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

(In)esperada

Mora dentro de mim
Uma vontade não dita
Que me detém e vibra
Enquanto o milagre
Não começa, enquanto
Abro todas as janelas
Que me lembram as
Formas mais belas
De se deixar sorrir.

Então eu me coloco tão aberta,
Tão disposta e ereta,
Esperando na certa
O amor envelhecer
Nos traços de alguém.

Priscila Rôde

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

re-chances

de repente um riso tímido
presenteia meus lábios
o dia desperta o
mundo que guardo por dentro
uma chance muito pequena
- mas chances não se medem -
de ser feliz para sempre
mais uma vez


Cáh Morandi

domingo, 14 de agosto de 2011

Maré alta


Suas águas continuam adensas
Tensas e dentro destas correntezas
Múltiplas, únicas, minhas
Discorrem suas distâncias
Onde flutuo pouca, douta, rasa
Apalavrando, lavando, encurtando
Meus nados.

Até que me faltem os choros
Até que eu perca o espanto
De viver em marés impróprias
Até que a manhã
De tão clara e morna
Liquefaça as memórias
Desocupadas dos meus versos.

E que descansem meus horizontes.
Meus ontes. Meus eus antes e depois
De um poema.


Priscila Rôde

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

about a small time

Quanto tempo se tem
para amar alguém
que a gente não amou ainda?
Alguém que a gente esperou tanto
quase toda uma vida
só para poder ver e estar?
Tantas horas
vamos perder só no encantamento
de se olhar
de admirar a beleza que criamos...
Tanto silêncio
para dizer o que valerá por anos
e tanto, e tanto, e tanto
do tudo que ainda virá


Sentir o ar que o outro solta
e os seus pêlos se arrepiarem
e seus pensamentos se fracionarem
em pequenos gestos de amor
tudo para nem pensar
em ir para cama...
amar estava sendo aquilo:
a admiração e beleza
de se encontrar.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

E abram-se as cortinas!

Poesia.

Tudo é poesia, até o nada, até o vazio, o invisível.
Retratar o impossível, escrever o indizível, traduzir aquilo que apenas é.
Mentes jovens, revolucinárias. Poesia é possível apesar dos 20 e poucos, mas muitos caracteres.

Venham ver a arte, que na verdade parte, de um pedaço bonito da gente!

É só vir e descobrir que poesia é uma nostalgia de um futuro que a gente não vê!

Lá vamos nós!


Os Emergentes