domingo, 14 de agosto de 2011

Maré alta


Suas águas continuam adensas
Tensas e dentro destas correntezas
Múltiplas, únicas, minhas
Discorrem suas distâncias
Onde flutuo pouca, douta, rasa
Apalavrando, lavando, encurtando
Meus nados.

Até que me faltem os choros
Até que eu perca o espanto
De viver em marés impróprias
Até que a manhã
De tão clara e morna
Liquefaça as memórias
Desocupadas dos meus versos.

E que descansem meus horizontes.
Meus ontes. Meus eus antes e depois
De um poema.


Priscila Rôde

4 comentários:

Cáh Morandi disse...

Palavras lindas! Adoro tuas letras!

Fernanda Fraga disse...

Poxa, não conhecia esse cantinho de vcs. De qlq forma valeu a vinda aqui... E esses mares Píu.. Rasos nados, vá sem medo de regressar.

Um beijo,
Fernanda Fraga.

Cibele disse...

lindo Pri!!! sucesso e mais sucesso!
Beijos,
Cibele.

Davi Drummond disse...

um poema cinematográfico =)

em toda a essência de ser \o/